Filhos no mesmo quarto: sim ou não?

domingo, 14 de julho de 2019




As rendas não páram de subir e encontrar apartamentos espaçosos no centro das cidades é cada vez mais difícil. Por isso mesmo, não é de estranhar que as dicas para aproveitar o espaço ao máximo se multipliquem. A “ergonomia de espaço” tornou-se a palavra de ordem para muitas famílias. O problema é que, para quem tem filhos, isso significa partilhar quartos. As dicas de decoração para quartos de crianças e adolescentes incluem cada vez mais beliches – não só para caber uma secretária de estudo, mas também para dois irmãos ficarem no mesmo quarto. Mas será que partilhar quarto é uma boa prática?





Sempre houve irmãos a partilhar quarto, especialmente quando se tratam de dois rapazes e duas raparigas. Aliás, quando as famílias eram mais numerosas, isto até era a norma. Diria que conheço várias pessoas que partilharam quarto com os seus irmãos e não tiveram problemas por causa disso. De um modo geral, são pessoas que aprenderam a partilhar o espaço, a viver em comunidade e até têm uma relação próxima com família. Portanto, esse é o lado de ter filhos no mesmo quarto. Já para não falar que, quando são pequenos, até é prático “amontoar” os brinquedos no mesmo sítio. 



Mas as pessoas que tiveram de partilhar quarto também são as primeiras a valorizar a privacidade, porque não a dão por garantida. E é isso que está em jogo quando os nossos filhos partilham quarto: o sacrifício da privacidade. Vejamos: os miúdos passam o dia na escola, estão sempre em grupo nas actividades extra-curriculares… Onde é que podem estar sozinhos? Quando é que podem estar sozinhos, desenvolver a sua personalidade e viver a sua intimidade? Só pode ser no quarto... A menos, claro, que dividam o quarto com os irmãos. 



A situação é mais grave quando chega o período da adolescência e da descoberta. Ou quando a diferença de idades de acentua – isto é, quando já não conseguem partilhar os mesmos brinquedos e interesses. Nesses casos, partilhar quarto pode muito bem contribuir para o mal-estar dentro da família. Claro que, em alguns casos, não há outro remédio que não seja partilhar quarto. No entanto, sempre que possível, não há dúvidas que a privacidade de ter o seu próprio quarto é benéfica para as crianças. 

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